Há mais de ano, o dia a dia da bela Flávia Eduarda Ribolli e seu filho, o pequeno Davi, foi restrito ao interior da Santa Casa de Misericórdia de Passos. Após o nascimento do seu primogênito, ambos foram embora para a casa a fim de viver os sonhos criados durante a gestação, no entanto, Davi foi diagnosticado com Meningite bacteriana e devido às consequências da doença, foi obrigado a voltar para o hospital e permanecer por mais de 365 dias.
Diante de tantas histórias vividas na instituição, mãe e filho conquistaram o amor e o carinho de toda a equipe de colaboradores e voluntários. No início do mês, ainda antes de receber alta médica, Davi completou seu primeiro ano de vida e a emoção foi presença garantida na comemoração, que aconteceu na brinquedoteca pediátrica da SCMP.
Com os olhos marejados, Flávia relembrou o que sentiu ao descobrir o diagnóstico do seu filho. “Não esperava mesmo por nada disso, tinha em mente que voltaria para casa e ficaria lá com ele, mas não foi assim que Deus quis. Confesso que desesperei, fiquei com medo mesmo dele falecer como muitos falavam e me vi sem opção porque eu precisa viver com o meu filho aqui para acompanhar ele crescer e cada movimento dele”, contou.
No entanto, contrariando todos os diagnósticos, ainda que com o uso de equipamentos e medicamentos, o pequeno mostrou-se forte e com muita vontade de viver. E para comemorar todas as vitórias colecionadas nesse primeiro ano de Davi, salgados, bolo e refrigerante foram servidos aos convidados durante a comemoração, que contou até com uma decoração de super heróis e bexigas.
“Aprendi muito nesse período. Quando ficamos na UTINeo, por exemplo, por um tempo eu já não tinha mais esperanças, mas mesmo assim continuei conversando com Deus, perguntando Ele o motivo de tudo isso e algo dentro de mim dizia pra ficar firme e ter muita fé. E ai vencemos, viemos para a pediatria e cantamos até parabéns”, disse a mamãe.
As responsáveis por esse momento mágico foram duas integrantes do grupo Mãos Dadas, Eloísa Silveira e Joyce Rodrigues de Abreu. “Conheço o Davi desde o nascimento e quando a Flávia comentou que seria o aniversário dele, logo chamei a Joyce para organizarmos essa festinha porque eles merecem. Só consigo elogiar a Flávia, ela deveria usar sempre uma camiseta de ‘super mãe’”, falou a fotógrafa.
Também emocionada durante a ocasião, a técnica em enfermagem, Simone Silva Mendes, revelou que após o retorno de mãe e filho para casa, quem ficou no lugar foi um sentimento chamado saudade.
“A Flávia nos surpreendeu desde o início com tanta garra e força, nunca vimos um mãe tão nova cuidar do filho com tanto amor e carinho assim; ela já sabe todos os procedimentos necessários, conhece como manipular os equipamentos e quais os cuidados indispensáveis, já estava mesmo pronta para ir embora e viver lá fora”, disse.
Porém, o vínculo criado entre mãe e filho com os profissionais que os acompanharam foi tão forte e verdadeiro que antes mesmo de irem embora da SCMP, a equipe encontrou uma alternativa para manter o contato.
“Lembro que um dia a Flávia perguntou se sentiríamos saudades dela e é claro que já estamos porque ficamos muito próximas e o nosso contato foi diário, tanto que até ceamos juntas aqui mesmo com as outras mães. Por isso, já pegamos o endereço, o telefone, tudo dela para mantermos contato e continuarmos apoiando”, completou.